PRÉ AULA 1 ARTIGO Abordagem Centrada na Pessoa
Emanuel Meireles emeireles@ufpa.br Universidade Federal do Ceará
Fortaleza, Abril de 2002
A Questão do método em Rogers
1.1 O método Clínico
Rogers desenvolveu sua Terapia Centrada no Cliente a partir de observações tiradas diretamente da clínica, não sendo uma mera especulação para ser aplicado na prática.
Pelo contrário, a partir de fatos observados na clínica Rogers desenvolveu suas teorias, tanto a de intervenção clínica, quanto a de personalidade (apesar de esta última ter tido menos ênfase do que a primeira).
Segundo Rogers(1970a,p.221)
"a partir de um ponto de vista limitado largamente apoiado na prática, sem verificação empírica, chegou-se a uma teoria da personalidade e das relações interpessoais bem como da terapia, que coordena à sua volta um notável corpo de conhecimentos experimentalmente conhecidos".
Portanto, pode-se inferir que a Abordagem Centrada na Pessoa não é teorizante (no sentido de não produzir teoria antes da prática), mas ela não prescinde de uma teoria, pois, afinal, a preocupação de Rogers era a de fundar uma abordagem psicológica; para isso, logicamente, era necessário que se elaborassem teorias.
Rogers foi pioneiro na psicologia em coleta de dados através de sessões gravadas, tanto em vídeo quanto em áudio. Em seu momento mais experimental (Rogers oscilava entre a objetividade e a subjetividade do cientista), Rogers chegou a medir a precisão de determinadas palavras no decorrer de uma sessão terapêutica*.
Epistemologicamente, Rogers vivia o conflito da objetividade de uma ciência Psicológicaprincipalmente em um meio eminentemente empirista como o americano (com uma predominância do comportamentismo e da Psicanálise- daí o nome de terceira força dado às teorias "humanistas"), e a sua subjetividade colocada na relação terapêutica. É visível, em seus textos, que o citado Psicólogo norte-americano se questionava, não raro, sobre a