Prova Mat Ufrgs
A crise política e a violência na Costa do Marfim já obrigaram ao menos 100 mil pessoas a deixarem o país, segundo a agência da ONU para refugiados, Acnur. Os países vizinhos Libéria e Gana registram um número crescente de imigrantes. "O Acnur continua negociando com ambos os grupos para que os civis sejam protegidos dos danos", afirmou nesta terça-feira, em Genebra, a porta-voz da agência, Melissa Fleming.
A atual onda de violência que tomou conta do país começou em novembro do ano passado, depois das eleições presidências. A ONU confirmou a vitória de Alassane Ouattara nos resultados, mas o atual líder do país, Laurent Gbagbo, recusou-se a aceitar a derrota, reavivando uma guerra civil que a eleição pretendia encerrar.
Forças leais a Ouattara tomaram o controle de duas importantes cidades no cinturão do cacau no oeste do país, enquanto a ofensiva também cresce na região leste. Na segunda-feira, forças leais ao rival Gbagbo abriram fogo contra civis em Abidjan, matando cerca de 10 pessoas, segundo a missão de paz da ONU em comunicado. O incidente mostra a crescente violência no conflito que surgiu no país da África Ocidental após as eleições.
Criança de um ano dorme enquanto a mãe, refugiada, coleta água em Janzon, na Libéria (Foto: UNHCR/G. Gordon)
Testemunhas e combatentes de ambos os lados do conflito disseram nesta terça-feira que os ex-rebeldes, que controlam o norte da Costa Do Marfim desde a guerra civil de 2002-3, tomaram o controle da cidade de Daloa, antes dominada pelas tropas de Gbagbo, no oeste do país.
Eles também tomaram Duekoue, mais para o leste. As duas cidades são passagens em potencial para o principal porto de exportação de San Pedro, e a área que eles agora controlam produz cerca de 600 mil toneladas de cacau por ano, metade da produção total da Costa do Marfim.
Os combates estavam limitados a Abidjã e ao extremo oeste do país, mas as forças pró-Ouattara agora