Prostituição Infanto Juvenil
2.3.1 – Considerações Iniciais Sobre a Prostituição
A prostituição é um fenômeno de degenerescência social, constante em quase todas as civilizações, cuja origem se perde, nos tempos. Desde logo, podemos vislumbrar dificuldades que se antepõem a sua definição.
29 Op. Cit. p.10.39
Gaspar 30 define prostituição como um contínuo de relações possíveis entre homens e mulheres que combinem sexo e dinheiro sem passar pelo casamento ou pela procriação. A tendência a relacionar prostituição e casamento encontra suas origens na divisão histórica da condição feminina entre “honestas” e “perdidas”. Observa esta divisão como o processo da coisificação da mulher, reduzida a mero objeto dos desejos do homem, a quem deve ser assegurada a garantia da realização plena. Sobre as semelhanças e diferenças entre a prostituta e a esposa, Beauvoir 31 preleciona em suas lições que (...) para ambas, o ato sexual é um serviço; a segunda é contratada pela vida inteira por um só homem; a primeira tem vários clientes que lhe pagam tanto por vez. Àquela é protegida por um homem contra os outros, esta é defendida por todos contra a tirania exclusiva de cada um. A prostituição é alimentada diariamente através de mecanismos sociais, como linguagem, hábitos, educação, dominação, discriminação, competição, consumo, status. Analisando os padrões sociais masculinos e femininos, Saffiotti reflete:
Há um arquétipo masculino muito precioso, o do homem forte (...). No arquétipo masculino eu identifico o sujeito desejador. Ele deseja um objeto que está fora dele e usa este objeto para a sociedade da sua aspiração. Do outro lado, o que encontramos? Não apenas um arquétipo feminino, porém dois arquétipos: o arquétipo da SANTA* mãe, dona de casa, assexuada e outro que é o arquétipo da prostituta. Aparentemente, estes dois arquétipos são