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Certa vez fui a uma livraria procurar o livro O Signo, de Isaac Epstein. A moça da loja se espantou: “Você é o segundo professor que vem procurar esse livro. Por que vocês estão tão interessados em astrologia?”. O caso demonstra a compreensão que a maioria das pessoas tem da palavra signo. É uma visão limitada. Na verdade, em nossa sociedade, quase tudo é signo de algo. Certas roupas são sinais de que a pessoa está na moda, certos carros são símbolos de status... é impossível realizar a maior parte de nossas atividade diárias sem o auxílio de símbolos. Até para ir ao banheiro precisamos interpretar símbolos (caso não corremos o risco de entrarmos no banheiro errado).
Na verdade, os signos foram uma das mais importantes e mais geniais invenções do ser humano. Antes dos signos, para nos referirmos a uma pedra, precisávamos mostrar a pedra. Imagine como seria incômodo levar várias pedras consigo para poder mostrá-las toda vez que fosse necessário se referir a elas. É mais prático dizer a palavra pedra, não é mesmo?
Os signos são isso mesmo: um substituto para as coisas. Eles estão no lugar das coisas, as representam. Claro que, além de falar pedra, eu também posso desenhar uma pedra ou tirar uma foto. São outras formas de representar a coisa pedra.
Os signos sempre fascinaram os pensadores e são estudados desde a Grécia antiga, passando pela Idade Média e pelos filósofos iluministas. Mas uma ciência dos signos só foi se firmar no final do século XIX e início do século XX. Foi nessa época que Charles Sanders
Pierce nos EUA e Ferdinand de Saussure na Europa começaram a produzir uma ciência dos signos. Os partidários de Pierce chamaram essa ciência de semiótica. Os adeptos de
Saussure a chamaram de semiologia. A corrente saussureana se notabilizou pela análise dos signos lingüísticos, enquanto os pierceanos abriram sua análise também para outras formas de representação.
Pierce diz que signo é aquilo que está no lugar de outra