Projetos que deram e que não deram certo (Havaianas e Nokia)
Introdução
Um legítimo brasileiro tem que ter um par de Havaianas em casa. No Japão existe uma grande tradição de trocar os sapatos por sandálias antes de entrar em suas residências. Baseadas nas tradicionais sandálias japonesas Zori, surgem no Brasil, em julho de 1962, as Havaianas. Com um design simples, os calçados da Alpargatas eram na cor branca com listras azuis. O Departamento
Nacional da Propriedade Industrial define, no dia 13 de Agosto de 1964, a patente de modelo industrial das sandálias Havaianas como “novo modelo de palmilha com forquilha”. Bastante populares, as sandálias caíram no gosto dos consumidores de baixa renda. O desenho original, de inspiração japonesa, quase não foi modificado ao longo do tempo. O que realmente mudou de lá para cá foi que o produto caiu no gosto (e nos pés) de franceses, italianos, japoneses, australianos, americanos e ingleses, apenas para citar alguns dos mais de 75 países que importam os chinelos brasileiros. O consumidor das sandálias Havaianas pertencia às classes C e D, pois antigamente a frase “quem usa Havaianas é pobre” ou “chinelo de doméstica só pode ser Havaianas”, justificava o nível do seu público. As sandálias passaram 32 anos atendendo apenas a este público. Em 1994, o reposicionamento da marca foi iniciado com o lançamento de um produto com maior valor agregado: as monocromáticas
Havaianas Top. Tal modelo possuía uma maior qualidade na hora da fabricação, além de embalagens mais valorizadas que os tradicionais saquinhos.
Um programa televisivo da década de 60, chamado Família Trapo, era patrocinado pela Alpargatas e suas Havaianas. Durante mais de 20 anos o comediante Chico Anysio apresentou as sandálias e participou, nos anos 90, do filme publicitário “Isso é amor antigo” para lançar as Havaianas TOP. A participação do comediante nas propagandas era tão intensa que se achava que Chico Anysio era acionista da empresa. No anos 60, a agência J. W.
Thompson, comandada