Projeto_Pesquisa_ _Grafite

O Grafitti como forma de expressão
A – Introdução

Como sabemos, a primeira manifestação artística do homem foram as pinturas nas paredes das cavernas, onde os homens narravam o seu cotidiano e deixavam seus registros.
Mais tarde vêm Giotto di Bondoni, com suas pinturas realizadas nas catedrais, e ao longo de toda a história da arte poderemos encontrar artistas que se expressavam através das tintas e das paredes, levando assim a arte para lugares de fácil acesso.
Na atualidade, essa arte é divulgada pelos pintores murais, pelos grafiteiros e, não felizmente pelos pichadores. Em qualquer cidade podemos observar intervenções feitas com tintas e pincéis ou sprays, em formas de letras, declarações ou simplesmente rabiscos. Essa prática é a chamada pichação, e é vista como uma forma de marcação de território, segundo Antonacci (1994), pois os pichadores estão assim testando o limite e desafiando o poder das autoridades e órgãos públicos. A pichação não tem preocupação estética.
Os grafiteiros, em contrapartida, trabalham uma arte que surgiu com o movimento Hip Hop dos anos 60. O foco de atuação são muros de locais abandonados ou autorizados pelas prefeituras, e sempre com uma estética a ser seguida.
Este passa a ser, portanto, o foco deste projeto de pesquisa. Apresentar o grafitti como arte, seu processo de criação, a forma de pensamento e a recepção do feito da população. Analisaremos a obra e as influências e inspirações de dois grafiteiros de São Paulo, famosos inclusive no exterior; os irmãos gêmeos Otávio e Gustavo Pandolfo, 33 anos. Eles começaram a trabalhar juntos desde crianças, quando trocavam entre si os desenhos, para que o outro pudesse fazer intervenções.
Maiores, começaram a pintar as paredes dos quartos, dos muros vizinhos, e hoje têm trabalhos espalhados quase que por toda a Europa.
Com um estilo surpreendentemente original, os gêmeos (como são conhecidos aqui – ou “the twin brothers”, no exterior) citam a enorme cultura brasileira como principal fonte