Projeto melhor idade
Não tenho caminho novo. O que tenho de novo é o jeito de caminhar.
Thiago de Mello
O tempo é um fator decisivo na transformação da realidade da sociedade e do próprio homem. A velhice surge, atualmente, como uma vitória sobre o tempo – tempo que se transforma em longevidade. Neste final de milênio são muitos os desafios que povos e governos enfrentam para a construção de uma sociedade mais humana e igualitária. A população idosa que até então consistia em uma minoria e era preterida em função de outras faixas etárias passou a ser alvo de preocupação e atenção por parte dos governos de vários países, estudiosos e pesquisadores. Essa emergente e preocupante realidade exige busca de solução imediata dos profissionais de todas as áreas, pois diferentes são as necessidades desse segmento populacional que nas últimas décadas vêm se avolumando aceleradamente. Sabe-se que cada vez mais uma parcela desses sujeitos está envelhecendo com menores condições sócio-econômicas, e, portanto, estão também buscando dar novo sentido e significado a essa nova etapa do curso de vida. Nesse sentido, as diferentes concepções que orientam esse novo contexto, juntamente com a implementação de novas linhas de ação, estão redimensionando o olhar sobre o processo e, criticamente, ampliam e complexificam o campo de estudos sobre a velhice. Em menos de 20 anos o Brasil passou de 16º para 10º lugar entre os países de maior população idosa do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que em 25 anos chegaremos a ter 15% de idosos da população total, como já é possível verificar nos países da Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e no Japão, nos quais o envelhecimento populacional seguiu um lento processo em virtude da cobertura dos sistemas de proteção social e melhoria das condições de habitação, alimentação e trabalho (KALACHE, 1991; VERAS, 1991). A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que o Brasil, em