Projeto de pesquisa
TRANSTORNOS ALIMENTARES: BULIMIA E ANOREXIA
MANAUS-AM
2011
FACULDADE MARTHA FALCÃO
DESENVOLVIMENTO HUMANO: ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE
Trabalho solicitado para obtenção de nota á disciplina, Desenvolvimento Humano: Adolescência e Juventude, ministrado pela Prof(a) Msc. Raquel Azevedo aos acadêmicos do quarto período de Psicologia noturno.
MANAUS-AM
2011
INTRODUÇÃO
Todo corpo se inscreve numa cultura, numa linguagem. Não existe corpo autônomo, solto e desarticulado, não submetido ao simbólico, à memória, à uma história. O corpo é pulsão; ele registra e não esquece. Ele reúne marcas e inscrições de relações afetivas, como a relação mãe/filho, suas frustrações e satisfações. No centro dessas relações temos o ato de alimentar. Na amamentação materna, o leite se posiciona como objeto de necessidade, e o seio, como objeto de desejo. O seio que nos interessa aqui é o psíquico. Amamentar é um ato erótico, assim como o ato de comer. O desejo da criança pelo seio da mãe passa pelo desejo dessa e sua disposição em lhe oferecer o seio. A sexualidade humana surge, apoiando-se na satisfação de necessidades. A função orgânica da alimentação confunde-se com a função erótica, deslocando-se do registro da necessidade para o do desejo, passando antes pela demanda, que é sempre de amor. A gastronomia, o prazer pelo comer, revela a dimensão erótica do corpo. A dimensão erótica e simbólica do ato de alimentar é que vai colocar o sujeito no lugar de desejante.
Qual é o protesto da anoréxica, quando se recusa a comer/degustar? Em Rascunho G, Freud já desconfiava desse protesto: "A paciente afirma não ter comido, simplesmente, por não ter nenhum apetite, e não por qualquer outra razão. Perda de apetite: em termos sexuais, perda de libido" (MASSON, 1986, p. 99). A anorexia é uma parceria com o nada. A recusa de alimentos está no centro do desejo. Ao não comer, a anoréxica ressignifica a falta que o outro tentou preencher oferecendo-lhe alimentos e