Projeto de pesquisa sobre culturas
Na cidade de Curaçá/BA a sua importância cresceu tanto que suplantou os santos brancos, de tal maneira que é mais devotado que o padroeiro da cidade, Bom Jesus da Boa Morte. Em Curaçá os festejos em sua homenagem acontecem nos dias 30 e 31 de dezembro. A reverência ao santo negro é simbolizada por vários rituais como a estiagem da bandeira e, principalmente, pela chegada dos marujos que acontece no mesmo dia, logo ao amanhecer, a festa dos Marujos de Curaçá é a única manifestação popular local ligada à escravidão e que possui traços afro. Além do caráter folclórico, a marujada tem ainda toda uma simbologia relacionada à aspiração de liberdade. A marujada mostra uma releitura da reconstrução cultural e artística popular de origem portuguesa com raízes africanas, que no sertão baiano encanta pela mistura da fé e o prazer profano em homenagem ao santo protetor dos negros, São Benedito.
Uma manifestação popular religiosa, que se transformou ao longo do tempo em tradição, acontecendo todos os anos desde do começo do século XX. Muita fé, tradição e religiosidade passadas de geração para geração. Dessa forma a cultura de Curaçá tem se estendido ao logo dos anos, uma cidade relativamente pequena, porém com uma dimensão religiosa de fazer inveja a muitas cidades grandes. Danças coreografadas, roupas iguais para todos, cantigas entoadas durante o trajeto denotam a vitalidade dessa tradição que se renova a cada ano.
A Marujada é uma das festas mais tradicionais de Curaçá, de fundo religioso e com mais de 200 Marujos. Muitos acompanham trajados de marujos, todos de branco, com chapéus enfeitados com fitas coloridas representando a alegria desta festa popular religiosa e de grandiosa tradição no sertão baiano.