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SOBRA PRODUÇÃO, FALTA TRANSPORTE
Com a demanda aquecida, surgem novos gargalos na logística brasileira, e o país sofre para escoar sua produção tanto no mercado interno quanto no externo.
O forte ritmo da economia nos últimos meses está provocando novos gargalos na logística de transporte brasileira. Com a demanda aquecida por causa do consumo interno e das exportações, as empresas já sentem dificuldade para escoar sua produção. Por falta de caminhões, as transportadoras estão tendo que recusar clientes e o preço do frete já subiu, em média, 12%. No setor portuário, o avanço da demanda mundial – puxada pela China – já gera uma limitação na oferta de navios e contêineres.
“O setor de transporte, principalmente nos últimos três meses, não está acompanhando a demanda das exportações. Hoje temos um volume de contêineres no mercado 30% inferior à necessidade”, diz o diretor geral da Frangos Canção, de Maringá, Rogério Gonçalves. Com 40% da produção destinada às exportações, a empresa teve um prejuízo de US$ 100 mil com uma encomenda para o Oriente Médio. A carga foi devolvida porque mercadoria chegou depois do prazo máximo previsto, de 90 dias. Mesmo com a contratação antecipada, muitas empresas não conseguem embarcar no prazo previsto porque os navios estão lotados. “Poderíamos exportar até 60% da produção se não fossem os gargalos de transporte, com a falta de contêineres e de mão-de-obra”, diz Gonçalves, que teve que aumentar em 15% dos gastos com armazenagem.
Para o pesquisador Maurício Lima, do Centro de Logística da Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as taxas de crescimento da economia brasileira acima de 4,5% nos últimos anos contribuíram para acentuar as fragilidades do setor de infra-estrutura. “Desde a década de 70, a economia brasileira não apresentava um crescimento tão vertiginoso. Se crescer mais do que 4% nos próximos anos, o país não vai dar conta dessa demanda.”
Segundo a Associação Brasileira da