Programação - terceiro ed..professora marissa etep

3014 palavras 13 páginas
MORTE E FILOSOFIA - SOBRE 0 DESEJO
DE IMORTALIDADE ENTRE O S GRE GOS

Maria Carolina Alves dos SANTOSl


RESUMO : Enfoca-se aqui a vinculac;:ao intima entre a exaustiva busca empreendida pelo espirito grego para edificar em terre no solido as colossais fundac;:oes de uma ciencia dos primeiros principios , e 0 que supoe-se ser sua motivac;:ao secreta e ultima, a aspirac;:ao pela eternidade, 0 mais universal e genuino desejo presente em todo ser humano, nao ser obliterado pelo tempo .



PALAVRAS- CHAVE : Marte ; filosofia ; imortalidade ; desej o ; alma ; vida ; natureza.

Nao compreendemos muito bern como os Antigos sentiam as coisas as mais banais , as mais correntes, por exemplo, 0 dia e 0 despertar: como eles acreditavam no sonho, a vigilia linha para eles uma outra luz. EJa era mesmo 0 essencial da vida, esclarecida por esse creptisculo da marte e de sua signilica(:ao : nossa morte e para nos, sem dtivida, uma outra morte.
(Nietzsche, Le gai sa voir)
Sopra ali a brisa do oceano
E chamejam flares de ouro
Vmas em arvores que cintilam na terra
Outras nutridas pela agua
E os bem-aventurados as tecem para coroar-se com elas . .

(Pindaro, 1r . 1 29-30)

I o que teria impelido 0 espirito grego na busca de uma visao do mundo circun­ dante sob novas luzes? A subita apreensao do incessante e brutal escoamento da vida? A consciencia do modo fugaz , inconsistente e finito de seu existir? A consta­ tayaO tragica do j ogo absurdo em que 0 viver consiste - espetaculo atordoante da morte de uma significayao fundamental - nao e geradora do formidavel path 6s que inspirou urn novo discurso , mais racional e ordenado, sobre os fundamentos da apa­ rentemente caprichosa dimensao do devir? Afirma Rodhe :

1 Departamento de Filosofia - Faculdade de Filosofia e Ciencias - VNESP

Trans/FormlA(:ao, Sao Paulo, 19: 1 8 5 - 1 93 , 1 996

-

1 7525-900 - MarHia - SP.

1 85

Nao ha nada, na imediata experiencia do homem , que exija menos ser

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