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A maioria pensa que se trata de algo simples e óbvio, como o prazer ou a riqueza; mas até as pessoas componentes da maioria divergem entre si, e muitas vezes a mesma pessoa identifica o bem com coisas diferentes, dependendo das circunstâncias – com a saúde, quando ela está doente, e com a riqueza quando empobrece; cônscias, porém, de sua ignorância, elas admiram aqueles que propõem alguma coisa grandiosa e acima de sua compreensão.
Quando fala da eudaimonia, Aristóteles analisa e identifica, no meio sócio-cultural, alguns tipos de vida para saber em qual delas é possível encontrar a Felicidade. A primeira é a vida dos prazeres, pois a grande maioria das pessoas gostam mais daquilo que lhes proporcione prazer e vulgaridade, a massa que, semelhante aos escravos prefere uma vida voltada integralmente aos prazeres sensitivos próprios dos animais.
As pessoas de um certo nível elevado põem a Felicidade nas honrarias que por sua vez são objetos da vida política. Existem por vezes os que se dedicam a ganhar dinheiro e este tipo de viver para Aristóteles é uma vida vivida sob compulsão, no entender de que, quem faz da posse ou acumulo dos bens materiais o fim último jamais será satisfeito ou feliz. No entanto Aristóteles mostra, numa passagem importante de sua ética que é preciso certas condições materiais para o homem poder ser feliz:
Mas evidentemente, como já dissemos, a felicidade também requer bens exteriores, pois é impossível, ou na melhor das hipóteses não é fácil praticar belas ações sem instrumentos próprios. Em muitas