Professora de berçário
Uma profissão marcada pela sutileza
Fernanda Carolina Dias Tristão1
RESUMO: O presente artigo tem por objetivo apresentar algumas reflexões a respeito da educação de bebês em espaços coletivos, tomando como base uma pesquisa realizada em uma creche do município de Florianópolis/SC. Partindo da análise do material coletado neste berçário pude perceber que o trabalho pedagógico realizado com meninas e meninos pequenos está marcado pela sutileza das ações presentes nas relações entre professoras e crianças, que muitas vezes não são percebidas dentro da rotina diária, mas que são determinantes na caracterização dessa profissão. Esta sutileza está imbuída de uma complexidade que implica na percepção de cada uma das crianças, tendo como pano de fundo o papel da educação e das docentes para a humanização desses pequenos seres humanos.
A Educação de Bebês em Creches
As reflexões tecidas neste artigo são provenientes da minha dissertação de mestrado (TRISTÃO, 2004), que teve por objetivo conhecer, caracterizar, descrever e analisar como se constitui a prática pedagógica de professoras que trabalham com bebês em instituições de educação coletiva. Tratou-se de um estudo de caso no qual acompanhei o cotidiano de um berçário, pertencente a uma creche do município de Florianópolis/SC, durante cinco meses, utilizando como recursos metodológicos anotações em caderno de campo e registros fotográficos.
Ao se discutir a intervenção pedagógica com crianças pequenas, é necessário pontuar que lidamos com crianças reais, meninos e meninas, marcados por condições sociais, econômicas, culturais, pertencentes a um dado gênero e a uma dada etnia e que compõem os grupos pelos quais as professoras são responsáveis. De forma que, toda a prática realmente comprometida com a infância deve estar baseada em um olhar mais atento e apurado para cada um dos pequenos.
A tentativa é a de superar a visão adultocêntrica que está impregnada em cada um de nós,