Produção de texto

O Golpe Militar e a Educação Pública

Era restrita a liberdade de expressão das pessoas. A cidadania e direitos sociais e políticos foram negados, e a educação tratada como um instrumento de controle moral. As reivindicações por escolas públicas foram se efetivando após a década de 60, marcada pelas pressões do contingente populacional que migrou do campo para as cidades. Os governos estaduais e municipais, pressionados, tiveram que responder às reivindicações, na educação escolar foi preciso ações concretas para dar respostas às demandas populares. Nos municípios, havia uma escola freqüentada pelos filhos dos ricos e outra destinadas aos filhos dos pobres. As escolas eram assim: os meninos uniformizados entravam por um portão e as meninas uniformizadas, por outro, e ficavam em pátios separados. Eram obrigados a fazer a fila, junto com a inspetora rezavam e na sexta-feira, cantavam o hino nacional. Quando a professora entrava todos ficavam de pé.Na sala de aula, todos sentados em cadeiras de dois, obedeciam as ordens e faziam as lições.Quase ninguém questionava. Punição e premiação foram práticas vigentes nas escolas públicas. Durante o recreio as crianças não podiam correr, gritar, ou pular, transpiravam demais e depois não concentravam. Nenhum aluno conhecia o rosto da merendeira, ela ficava fechada e servia a sopa numa janelinha. A estrutura educacional constituída nos Estados e Municípios continha suas ambigüidades: uma escola para as elites, e outra, para os trabalhadores. Em alguns casos profissionalizantes. Os municípios, os Estados e a União criaram escolas públicas. Essas escolas, dos anos 40 e 60, eram administradas de forma vertical, e centralizadas na figura do diretor. Ao diretor e aos supervisores, todos deviam obediência e o acatamento de suas ordens. Formavam estudantes para resignação, submissão, obediência e aceitação de verdades prontas e imutáveis. Algumas de nossas escolas desencorajaram os vôos dos alunos, dos professores e dos