PRODUC A O ENXUTA
Flávio D`Angelo
Professor do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia Gerente da Qualidade da Parker Hannifin Ind. e Com. Ltda. dangelo@maua.br
Muito se tem dito e escrito sobre o sucesso de empresas japonesas, suas filosofias, técnicas e a aplicabilidade destas na indústria. Diversas organizações ocidentais alcançaram o entendimento do modelo produtivo denominado Produção Enxuta (PE). Esse entendimento não foi fácil pois, por muito tempo, tomou-se a parte pelo todo, acreditando que, para obter-se sucesso, bastava aplicar, isoladamente, ferramentas como CEP, CCQ, TPM, kaizen etc.
O mundo ocidental enfim percebeu que a PE é um modelo de produção com base numa filosofia simples que dispõe de um arsenal de ferramentas complexas para atingir seus objetivos.
A filosofia-base que a organização deve adotar em todas as suas atividades é a eliminação de desperdícios. São considerados desperdícios: superprodução; estoque desnecessário; problemas de qualidade; processamento impróprio; espera; movimentação; transporte; produção de bens que o cliente não deseja; o desperdício da criatividade humana, ao se reduzirem os operadores a meros executores de atividades braçais.
A PE foi criada pela Toyota, no pós-guerra, na tentativa de sobreviver à escassez de recursos produtivos e de matérias-primas. Incapaz de seguir o ocidente no modelo de produção em massa e na sua fartura de estoques, máquinas e trabalhadores num mercado quase infinito, a Toyota buscou a plena utilização de sua limitada capacidade. Sem poder manter estoques e produtos defeituosos, criou um sistema em que cada item é produzido com o mínimo de recursos e imediatamente utilizado na montagem de produto já vendido.
Apesar de esse modelo ser diferente da produção em massa da década de 1950, é similar ao sistema Ford do início do século XX: fluxo produtivo sem interrupção, sem estoques e com trabalho padronizado. Essas condições operacionais criadas pela