procuração
Macabéa, 19 anos, do sertão de Alagoas, só tinha até o terceiro ano primário. Nascera inteiramente raquítica, herança do sertão; os pais haviam morrido aos 2 anos de idade e fora criada por sua tia beata, único parente vivo.
“Sou datilógrafa e virgem, e gosto de coca-cola” Pág. 36
Viera trabalhar no Rio de Janeiro à procura de uma vida melhor. Com o pouco que sabia trabalhava como datilógrafa, um trabalho medíocre onde tinha que copiar letra por letra para não deixar nada passar errado. Morava em um quarto de pensão na rua do Acre com mais quatro companheiras, trabalhava todos os dias e invejava o chame e destreza de sua colega Glória.
“A mulherice só lhe nasceria tarde porque até no capim vagabundo há desejo de sol.” Pág. 28
Tola, solitária, doce e obediente, Macabéa sempre notava aquilo que era pequeno e insignificante. Era apaixonada pela palavra efeméride - mesmo sem saber o que isso significava -, seu único luxo é o cinema uma vez por mês e sua única paixão é "goiabada com queijo".
O pseudonarrador Rodrigo S.M (a própria autora) descreve a história da jovem nordestina ao mesmo tempo que narra seus pensamentos durante o processo de construção do discurso. Demonstra as inquietudes e complexidade que há por trás do ato de