Problemas socioambientais organizações
UNOCHAPECÓ
Curso: Ciências Biológicas
Período: 8º
Disciplina: História e Filosofia da Biologia
Acadêmicos: Aida R. Anzilieiro, Carmem R. Zanela, Cátia Breu Selli, Fábio Carasek e Flávia B. Chagas
Questões para discussão
1) Por que as ciências não partem da observação fiel da realidade?
A observação não é puramente passiva, trata-se de uma certa organização da visão. Assim, para observar é preciso sempre relacionar aquilo que se vê com noções que já se possuía anteriormente, integrando uma certa visão na representação teórica não contestada (pelo menos de momento) que fazemos da realidade. Se as observações contêm sempre elementos de interpretação e de teorias, não se vê como se poderia partir de uma observação que seria “o ponto de partida indiscutível da ciência”. Na ciência não se parte de definições. Para definir, utilizamos sempre um esquema teórico admitido. Logo, observar é estabelecer, em nome de uma percepção e de critérios teóricos, relações de equivalência entre o que eu poderia também considerar como diferente. De certa forma as ciências não partem da observação fiel da realidade, pois o que observamos é sempre um mundo já estruturado por nossa maneira de ver e de organizá-lo, ou seja, pode-se dizer em ciência, não se pode falar senão dos objetos tais como eles aparecem, vistos pelo sujeito transcendental ou pelo sujeito científico. As observações científicas não se preocupam com a “realidade última” do mundo observado; contentam-se com o mundo fenomenal tal como aparece, tal como nós os organizamos. É preciso um estrutura de plausibilidade, ou seja; uma linguagem que dê uma certa coerência à nova organização do “real” (papel da comunidade científica). A descrição do “mundo observado” já é feita em função da teoria que será “provada”; nesse sentido, pode-se dizer que toda descrição científica e toda observação já são estabelecimento de um modelo teórico. Quando se trata de observação científica,