Privacidade

imagine se o mundo inteiro pudesse ver seus momentos de intimidade entre quatro paredes. Foi o que aconteceu com a estudante goiana Fran, de 19 anos. Em outubro, um vídeo em que ela aparece em cenas de sexo foi espalhado na internet e se transformou em pesadelo.

Fran passou a receber xingamentos de desconhecidos, além de virar motivo de piada e perseguição nas redes sociais. O suspeito pelo vazamento é um homem de 22 anos com quem ela se relacionou. Fran saiu do emprego, apagou perfis na internet e mudou o visual. O criminoso segue em liberdade.
Sexo, web e vingança

É cada vez mais comum o caso de mulheres que têm imagens íntimas divulgadas na internet sem autorização. Os principais responsáveis são ex-companheiros que fazem isso por vingança. A prática ganhou até o nome de “pornografia de vingança” (revenge porn) nos Estados Unidos. No Brasil, duas adolescentes não suportaram a pressão de ter a intimidade invadida e se suicidaram: uma gaúcha de 16 anos e uma piauiense de 17.

O acesso a smartphones e à internet facilitou a propagação indiscriminada de fotos íntimas. “Quando a pessoa registra imagens do próprio corpo nos novos aparelhos ela coloca em risco a própria integridade moral, pois indivíduos sem escrúpulos e mal-intencionados podem usar isso contra ela”, destaca Wanderson Castilho, presidente da E-NetSecurity. Wanderson explica que é importante tomar precauções e usar senhas em arquivos pessoais (veja à esquerda).

Adolescentes e a web

A familiaridade com a rede leva muitos adolescentes a perder a noção entre o que é público e o que é privado. Os jovens acabam mostrando na web até fotos em quartos e banheiros. Por isso, eles correm mais riscos de sofrer com a exposição indevida. A opinião é da psicóloga Andréa Lagareiro, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP.

“Os adolescentes não se sentem intimidados. Eles acreditam que estão vivendo um momento único e não reconhecem o perigo em divulgar imagens de momentos