Principais obras literárias de 1940 a 1960
A literatura brasileira abandona o compromisso estrito com as temáticas de orientação social e revela a tendência ao experimentalismo lingüístico. João Guimarães Rosa, autor de Sagarana e Grande Sertão Veredas, desenvolve um regionalismo universalista. João Cabral de Melo Neto trata da problemática social em Morte e Vida Severina e produz uma poesia em que sobressaem o rigor formal e a contenção, sem prejuízo do lirismo, em obras como A Educação pela Pedra. Clarice Lispector (Perto do Coração Selvagem e Laços de Família) volta-se para a realidade psicológica das personagens, revelando influência do existencialismo e valorizando as técnicas do fluxo de consciência. Também na linha do romance psicológico está a ficção de Cornélio Pena (A Menina Morta) e de Lúcio Cardoso (Crônica da Casa Assassinada). Na década de 1950 surge a poesia concreta, movimento de vanguarda criado pelos poetas Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari. Ela se opõe ao formalismo da geração de 45, ao se aproximar dos modernistas de 22, na medida em que propõe a destruição do verso e a exploração inovadora dos espaços da página. Rivalizando com o grupo concretista aparece, em 1962, a Poesia Práxis, de Mário Chamie. MADRIGAL No tronco do jequitibá, que estavas abraçando, colando-lhe o corpo, do rostinho aos pés, vejo os arranhões fundo, onde o canguçu, quase de pé, afia as garras, e, mais embaixo, a casca estraçalhada, onde os caititus vêm acerar os dentes... João Guimarães Rosa .
A educação pela pedra
Uma educação pela pedra: por lições; ipara aprender da pedra, frequentá-la; captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria ao que flui e a fluir, a ser maleada; a de poética, sua carnadura concreta; a de economia, seu adensar-se compacta: lições da pedra (de fora para