Primeira manhã

Primeira Manhã.

INTRODUÇÃO

A obra "Primeira Manhã" é considerada o oitavo romance pertencente ao chamado "Ciclo do Extremo-Norte" de Dalcídio Jurandir. A obra segue o lineamento das suas antecessoras, compartilhando com estas algumas características em comum.
O autor, marajoara, era geograficamente enraizado, plasmando em suas obras a realidade de sua gente, à partir de uma visão que aliava lirismo, realismo e crítica social com qualidade ímpar.
Na obra "Primeira Manhã" tem-se algumas características que devem ser ressaltadas: o personagem principal ainda é o menino Alfredo, o qual por meio de suas vivências é o instrumento central para o desenrolar da história; existem ainda algumas personagens secundárias como a Luciana, D. Abigail e Ivânia. O tempo do romance [e cronológico ( pós-ciclo da borracha e da Belle Epóque) e o enredo linear. O narrador é onisciente e onipresente. O espaço físico da trama é a cidade de Belém do Pará.
O poder do narrador é capaz de tencionar valores interioranos com os valores de uma modernidade citadina, abordando os valores familiares, educacionais, morais, sociais, memorialistas e sociais à partir de uma crítica vivaz da sociedade excludente que se constituí sob a égide da Belle Époque.
Neste trabalho resumiremos a trama da obra "Primeira Manhã" para enfim traçarmos um panorama das principais temáticas abordadas pelo livro, sem a pretensão de esgotar-se as possibilidade multivariadas de abordagem da obra dalcidiana.

O amadurecimento de Alfredo, a percepção das injustiças e contradições sociais, o choque com a realidade educacional, muito distante daquela que sonhava ainda garoto em Cachoeira, as culpas que carrega se misturam à crônica da família Boaventura. Alfredo é o personagem central que vive a sua primeira manhã de Ginásio (quinta série), esperada, tão cobiçada, com acontecimentos e impressões que lhe ferem profundamente a adolescência. Alfredo se encontra com novos personagens, mora noutra casa e com outra