Primeira guerra mundial
Luiz de Alencar Araripe
Em 28 de junho de 1914, em Sarajevo, capital da província da BósniaHerzegóvina, o estudante bósnio Gavrilo Princip matou a tiros o sucessor do trono da monarquia Austro-Húngara e sua mulher. Percepções errôneas, avaliações de crise desastradas sucederam-se, e a massa crítica que era a Europa entrou em reação em cadeia, levando o mundo à Grande Guerra, de 1914-18, e à Paz de Versalhes. A reação continuou: Segunda Guerra Mundial (1939-45), Guerra Fria (1945-89), conflito árabe-israelense, Guerra da Bósnia (1992-95), guerras do Golfo Pérsico...
Historiadores acreditam não se terem esgotado as conseqüências da Grande Guerra, mais tarde conhecida como a Primeira Guerra Mundial. A História Militar na universidade, os think-tanks (“tanques de pensamento”— instituições votadas à pesquisa interdisciplinar), os institutos de estudos estratégicos provam que a guerra há muito deixou de ser assunto privativo de militares. A Grande Guerra foi a mãe das guerras dos séculos XX e XXI. Vale recordá-la.
A Primeira Guerra Mundial pôs fim à belle époque, nome dado aos primeiros anos do século XX, que teriam sido felizes e despreocupados. Quando se fala em belle époque tem-se em vista os privilegiados da fortuna, a gozar as custosas amenidades das grandes cidades, particularmente Paris. O fato é que também o europeu comum já desfrutava de melhores condições de vida e tinha esperanças de dias ainda melhores, trazidos pela Revolução Industrial e pelas transformações sociais. Mas havia acontecimentos a apontar em sentido contrário e que deram lugar ao atentado de Sarajevo, o estopim da guerra. [pag. 319]
Em 1908 a Austria-Hungria anexou formalmente a