Primavera árabe
DOMINÓ AMEAÇA DITADURAS ÁRABES*
* Adaptado de: Romualdo Pessoa Campos Filho
Professor de Geopolítica no Instituto de Estudos Socioambientais da
Universidade Federal de Goiás (IESA-UFG); Secretário Regional - SBPC/GO
Acessado em http://www.gramaticadomundo.com (Agosto/2011)
Quando eu era adolescente me deliciava em fantasias lendo contos maravilhosos da literatura árabe. Hoje sob críticas quanto à tradução, tanto que recentemente foram publicados dois volumes com os contos das 1001 noites traduzidos diretamente do árabe. Também as histórias de
Malba Tahan, heterônimo de Julio Cesar de Mello e Souza, principalmente “O Homem que Calculava”, que extraí diretamente da biblioteca de meu velho pai (que assinava em suas primeiras páginas: “o amigo dos livros”) para deleite de meu intelecto. Guardei por muito tempo esse livro, até suas páginas amarelarem. Mas o Oriente desde há muito vive o mistério das belezas milenares com o inferno que a geografia lhe proporcionou. As riquezas em seu subsolo, de onde se extrai o principal componente da energia que movimenta o mundo capitalista, é também a sua desgraça. Pelo menos para a maioria de sua população, submetida a controles monárquicos, religiosos e imperialistas. O que se sabe do Oriente Médio, pelas (contra) informações passadas pela grande imprensa, fazem daquela parte do mundo um verdadeiro mosaico de loucos fundamentalistas a explodirem-se em nome de Alá, sob a certeza de deliciarem-se com o paraíso pós-morte com várias virgens a lhes esperarem. Transformam a exceção em regra.
As belezas da cultura árabe, bem como a importância histórica de um conhecimento milenar, são desprezados tanto mais quanto os governos daqueles países sejam nacionalistas. Monarquias e tiranos pró-ocidentes, melhor dizendo, pró-EUA, compõem a galeria de chefes de Estados “democratas”. Mas, mesmo assim, a visão que se transmite dos valores daquela gente mantém-se