Presidente e diretor do bc esconderam da receita bens no exterior
| N° Edição: 1816 | 28.Abr.04 - 10:00 | Atualizado em 05.Nov.12 - 21:56
Presidente e diretor do BC esconderam da Receita bens no exterior
Henrique Meirelles e Luiz Augusto Candiota, responsável pela política monetária do Banco Central, são inves- tigados por suspeita de sonegação, omissão fiscal e evasão de divisas
Weiller Diniz
Na era Itamar Franco, o Banco Central era chamado de “caixa-preta” pelo então presidente da República. Menos pela arquitetura indevassável de sua sede em forma de caixote, cujo interior é protegido por espessos vidros negros, e mais pela autonomia da cúpula da instituição que mantém segredos econômicos trancados a sete chaves. Os discretos dirigentes do BC – a maioria egressa do mercado financeiro – em suas raras aparições públicas têm um padrão de comportamento e procuram exibir um ar austero e reservado. Pelo menos uma vez por mês ficam na berlinda nas famosas reuniões do Conselho de Política Monetária (Copom), que decide a taxa de juros do País. Agora os dois nomes mais importantes do Banco Central – o presidente, Henrique Meirelles, e o diretor de política monetária, Luiz Augusto de Oliveira Candiota – estão sendo observados de perto e, desta vez, não é só pelos economistas. Os dois estão sendo investigados por suspeita de sonegação fiscal e outros crimes tributários. Meirelles se enrolou na declaração do Imposto de Renda relativa ao ano de 2001. Sob o argumento de que morava no Exterior, ele simplesmente não apresentou sua declaração, o que é permitido a não-residentes no Brasil. Mas o problema é que em 2001 Meirelles declarou à Justiça Eleitoral que já estava residindo em Goiás, cumprindo a primeira exigência para se candidatar a deputado federal nas eleições do ano seguinte. Meirelles, um homem de R$ 100 milhões, também apresentou versões diferentes de seu patrimônio à Receita e ao Tribunal Regional Eleitoral. Já Candiota não declarou movimentações financeiras em uma conta em Nova York. A dupla está sob a lupa do