Presidente Dilma
A presente pesquisa apresenta uma análise da trajetória da campanha presidencial de 2010 utilizando a revista Veja como veículo. Nosso intuito é observar as representações muito utilizadas pelas equipes de marketing que atuam em campanhas, veiculadas na revista, intencionalmente ou não, e perceber que essas representações em muito podem contribuir para conquistar ou afastar os eleitores.
Buscamos apresentar a transformação da imagem de Dilma de uma mulher guerreira, corajosa, forte, para uma mulher dependente de um homem, submissa, “mãe do povo”, ora doce, ora dura, mas sempre dependente do homem, no caso, o presidente Lula. Isso mostra o como à imprensa pode agir em favor de um candidato, podendo publicar em suas matérias essas imagens, construídas propositalmente ou não pelos marketólogos, mas que tem, em parte, poder decisivo para o rumo da eleição.
Com as eleições presidenciais se aproximando, o Partido dos Trabalhadores (PT) precisava escolher alguém no seu partido para que fosse sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para dar continuidade ao poder do partido e do, então, presidente. Embora Lula tenha aliados políticos, pessoas de sua confiança e de quem admira o trabalho, escolher alguém que pudesse substituí-lo não seria algo tão fácil – seu sucessor deveria ser tão bem aceito quanto ele era.
Desde 2009, todos os partidos já estavam se articulando, cogitando nomes para a concorrência presidencial. No mesmo ano, o nome de Dilma Rousseff já transitava fortemente na mídia como a candidata petista, sendo visivelmente declarada como candidata do Lula. A indicação especificada não se configura como um processo de indicação diferenciado. Em geral os candidatos disputam internamente em seus partidos, escolhidos entre as correntes partidárias, se apresentam à disputa eleitoral oficial. A pessoa escolhida está ligada a uma corrente e, consequentemente, a uma figura pública (de poder) que fortalece a divulgação do nome eleito. A candidata