Prato Sujo Como a Ind stria Manipula os Alimentos Para Viciar Voc Marcia Kedouk
34831 palavras
140 páginas
AGRADECIMENTOSÀ minha família, que me ensinou a gostar de comida de verdade – ao meu pai, que deve estar fazendo um brinde em algum lugar do céu.
A Alexandre Versignassi, Fabrício Miranda, Denis Russo, Paula Bustamante, Alexandre Carvalho dos Santos e Cris Pereira, da SUPER, que tornaram este livro possível.
Aos pesquisadores, cientistas, neurologistas, engenheiros alimentares, agrônomos, biólogos, médicos e especialistas da indústria alimentícia entrevistados, especialmente a Robson Henriques e
Stephan Guyenet.
Aos agricultores sem diploma e cheios de sabedoria que me deram verdadeiras aulas.
À Fazenda São José, Família Orgânica, Korin e outras empresas e famílias que me receberam durante as minhas pesquisas.
A você, que comprou este livro.
Para a minha família
Atenção: as informações contidas neste livro não substituem recomendações médicas.
PREFÁCIO
FARINHA DE TRIGO, AÇÚCAR E COCAÍNA
Por Denis Russo Burgierman*
Se um dia alguém resolver erigir um monumento em praça pública às boas intenções frustradas do pensamento científico, podia ser uma grandiosa estátua de um prato cheio de pó branco. Assim homenagearíamos de uma só vez três enganos cientificistas: a farinha de trigo refinada, o açúcar branco e a cocaína. Três pós acéticos e quase idênticos, três frutos do pensamento que dominou o último século e meio: o reducionismo científico. Três matadores de gente.
Não é por acaso que os três são tão parecidos. Todos eles são o resultado de um processo de
“refino” de uma planta – trigo, cana e coca. Refino! Soa quase como ironia usar essa palavra chique para definir um processo que, em termos mais precisos, deveria chamar-se “linchamento vegetal”, ou algo assim. Basicamente se submete a planta a todos os tipos de maus-tratos imagináveis: esmagamento entre dois cilindros de aço, fogo, cortes de navalha, ataques com ácido. Até que se tenha destruído ou separado toda a planta menos a sua “essência”. No caso do trigo e da cana, o carboidrato puro, pura