Praticas de saude monastica medieval
A Igreja Católica Romana passou a ter um papel central na formação de intelectuais, ocupando papel decisivo na construção do panorama cultural da época. Para o poder clerical, todos aqueles que se envolviam em atividades de cuidado e cura que não estavam submetidas à ideologia e ao comando da Igreja eram acusados de relações com poderes demoníacos e feitiçaria.
Progressivamente, as mulheres foram afastadas das atividades publicas do cuidado, que passaram para os domínios privados e privativos dos agentes da Igreja em mosteiros e conventos, que também tinham o controle dos hospitais existentes na época. No século VI, os mosteiros mantinham escolas e pequenos hospitais onde se cultivavam plantas medicinais e se desenvolveram técnicas de socorro aos doentes.
Em 651 foi fundado o Hôtel Dieu de Paris, cujo modelo asilar representa um marco do recolhimento dos pobres e doentes na Europa ocidental. O movimento das Cruzadas levou à criação de ordens religiosas e militares, que fundaram hospitais no caminho para o Oriente para recolher os doentes e feridos nas batalhas e nas longas jornadas. São desse período diversas iniciativas, como Cavaleiros de São João de Jerusalém e os Cavaleiros de São Lázaro.
Em diversos países foram surgindo outras instituições asilares. Em 1247 foi fundado um dos hospícios mais antigos do mundo, o Bethlem Royal Hospital, nos arredores de Londres. Em Portugal, foram lançados pelo casal real D. João II e D. Leonor os alicerces do Hospital de Todos os Santos, em Lisboa, e em 1498 foi criada a Confraria da Misericórdia de Lisboa, que logo se tornaria hegemônica nos serviços de assistência em Lisboa e em todo o Império Português.
Em 1347, ocorreu a primeira epidemia europeia da peste. No século XIII veio a lepra, no século XV foi a sífilis, e novamente uma epidemia de peste no século XVI. Esses eventos expuseram a fragilidade da saúde naqueles tempos e evidenciaram a necessidade de mudanças.
Em alguns países, a Reforma foi tão