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­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­PP versus PNP: entre o preconceito e a norma. Os nós
A língua de Eulália: novela sociolinguística
Marcos Bagno
São Paulo: Contexto, 2006. 251 p.

Marcos Bagno, notável linguista brasileiro, através da obra “A Língua de Eulália”, discorre sobre as características intrínsecas sobre o Português Não Padrão (PNP), contrastando-o com o Português Padrão, de modo a revelar a multiplicidade de recursos, sentidos e valores que carrega em seu bojo. Vislumbrar estabelecer distinções ou semelhanças entre o PNP e o PP soaria pretensioso ao especialista aventureiro, iniciante no campo fértil, movediço e perigoso da Linguística. Porém, como poucos se arriscam, e mesmo arriscando fracassam, vale creditar valor ao autor da obra supracitada, pela ousadia e coragem. Por dois motivos muito simples: a linguagem enxuta empregada e a coerência na abordagem. Mas são duas características que não eximem o autor do rigor formal que o tema demanda. Em nenhum momento o Bagno recorre a recursos fáceis ou banais para expor com precisão assunto tão capcioso, nem muito menos se esquiva da tarefa ao qual está imbuído, que é a de tornar compreensível o incompreensível. Dotados de especificidades, ambos os sistemas comportam uma gama de comentários, estudos acurados, adendos e notas de rodapé. Mas nada disso faz parte da obra do Marcos Bagno, que não tem a intenção, por ora, em tratar profundamente de um assunto que tão amplo e sinuoso, não caberia no espaço reservado, dadas as circunstâncias que o texto é obrigado a obedecer em virtude da diagramação. É inegável não reconhecer a forma como o Bagno constrói o texto, sem ser pedante, prolixo e incompreensível. Virtude de poucos especialistas na área. Termos técnicos, do universo da Linguística, logo, logo vão nos tornando familiares, devido a clareza e plausibilidade de raciocínio do dileto escritor. Usando de uma terminologia que poucos conhecem - a não ser os especialistas