Pra que ensinar ciências as crianças
A história do ensino de ciências para crianças no Brasil tem dois momentos importantes: um com a LDB/1961 que tornava obrigatório o ensino de ‘ciências naturais’ nos dois últimos anos do antigo ginásio (o equivalente hoje à 7ª e 8ª série). Um segundo momento ocorre dez anos depois com uma lei federal (1971) que ampliava a obrigatoriedade do ensino de ciências para todo o que hoje denominamos de ensino fundamental.
Não é foco do presente artigo falar da história do ensino de ciências, embora uma pequena avaliação seja necessária. Uma coisa é uma lei educacional tornar obrigatório o ensino de uma disciplina, outra é a realização, com qualidade, do cumprimento do aspecto legal. O problema esbarra em aspectos como infraestrutura (laboratórios equipados de ciências, por exemplo) e especialmente professores que estejam capacitados para ensinar ciências.
Na década de 60 o sistema de ensino era menor, por isso dizem que o ensino era melhor. Na realidade o custo da educação era menor, os professores tinham mais tempo para estudar, enfim. Já na década posterior não podemos esquecer o contexto da ditadura militar, o sistema escolar começava a ficar maior e se iniciava o declínio da qualidade do ensino básico que vemos até hoje.
O livro Ciências então visa colaborar com esse professor que muitas vezes teve uma formação precária em ciências, quando teve, e se vê diante do desafio de ensinar ciências para crianças que estão em seus anos escolares iniciais.
Estamos certos que ensinar ciências para crianças seja uma decisão correta (como vimos uma decisão de 1971, ou seja, algo que nos desafia há pelo menos 40 anos). A despeito disso não estamos certos que os grandes sistemas de ensino estejam conseguindo vencer completamente esse desafio.
A criança pequena está a iniciar sua jornada em nosso mundo, a ela tudo encanta, o vento a mover as folhas, as bolinhas de sabão a flutuar no ar, o parafuso colocado em uma cadeira. O mundo, para ela, é