Ppra
Acho que muitos de vocês, internautas, já devem ter sentido a carência de algo que parece ser bom, colorido, gratificante e complementar. Pois, assim que você vivenciar essa novidade, essa outra parte que lhe faltava será preenchida: o colorido será mais colorido e essa sensação de vazio ficará esquecida. A partir dessa união, tudo aquilo que lhe faltava será suprido e você estará envolvido com um cotidiano cheio de significado.
Mas será que nossa paz depende tanto assim do outro?
Dizem os especialistas que a partir do momento do nascimento – em que somos retirados daquele lugar seguro, hermético, onde somos um com a mãe, ligados no útero ao seu calor, sua alimentação; onde não vemos luz, nem ao menos temos que ir ao banheiro; e de repente cortam o cordão umbilical e passamos a sentir essa sensação de incompletude – vamos a procurar aquela metade que se foi.
O momento do parto realmente é transformador, uma verdadeira maratona que exige da mãe e do rebento. Ao sair da placenta, o bebê deixa de respirar o líquido plasmático e passa a respirar oxigênio, que queima ao chegar aos seus pulmões, alvéolos e brônquios, dando uma sensação de ardência, uma vez que o feto nunca antes havia sentido oxigênio em contato com esse tecido. Um processo que vai ser contínuo em sua existência, a respiração, base de sua vida. É ou não é muita vontade de viver?
Também já deve ter ocorrido com você, ao contrário do que falei no primeiro parágrafo, se desiludir com uma escolha feita, achar que todo aquele colorido vai gradativamente desbotando e que aquela sensação de vazio, de falta de significado, passa a ser um desejo ao se desencantar com aquela metade que antes era motivo de busca, de fé e agora passa a ser um fardo. Volta a necessidade de ser individual, de ser e ter algo próprio e não dividido. Toda aquela solidão passa a ser revista como a individualidade, ser dono do próprio nariz e não dividir com ninguém o que é seu, nem ao menos ficar dando