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De acordo com Schwarcz & Novais, organizadores do presente volume, o percurso da obra é percorrido por meio de dois eixos – a temporalidade e a peculiaridade, ou seja, por ser uma obra histórica e também por tratar da singularidade do caso brasileiro, inclusive, discorrendo sobre uma privacidade que se constrói em um ambiente determinado. Somemos a isso o fato de que as diferentes análises da vida privada brasileira são feitas mediante temporalidades diversas – breve, curta e longa. Tudo isso se coadunando à própria singularidade dos objetos recortados.
O grande diferencial deste último volume consiste no fato de que ele analisa as vicissitudes do processo de globalização. Daí ser fácil presumir que a obra é de uma contribuição ímpar para a pesquisa histórica contemporânea e é um grande modelo de estudos culturais brasileiros. Então, se é verdade que a partir dos dez artigos da obra, como veremos a seguir, percebemos que a vida familiar passou por consideráveis mudanças, também é verdade que esta instituição ainda mantém fortes traços de uma sociedade patriarcal, além de uma série de outros fenômenos: a ausência de integração geográfica, a falta de identificação com a terra, o patriotismo ingênuo.
Embora o livro em questão tenha sido escrito por diferentes mãos, tampouco se pode negar que é perceptível na mesma um traço comum. Isto é, a partir do enfoque no processo de globalização,