Potentados sangrentos de áfrica
A história de África é escrita com letras de sangue, morte e destruição, que modelaram nos povos em geral um determinismo fatalista incomparável. Foram muitos os potentados alicerçados no terror e na crueldade.
Em Angola, em época anterior à ocupação Portuguesa, os Régulos M’Bangu eh Muzungu e N’Gola Kiluangi kiá Samba -- ambos deram nome a regiões atuais -- movimentando sistematicamente uma máquina de guerra que se nutria de sangue, gado e apreensão de escravos de grupos tribais de menor potencial bélico, tinham por costume, um e outro, se apoiarem a cajados com terminais em aguilhão, que espetavam no coração de escravaos prostrados em cada lado de suas Benza ( tronos ). Assim, sacrificavam diariamente e sem qualquer propósito que não fosse o de demonstrar total desprezo pela vida, tantos adultos ou crianças -- eram ecléticos na maldade -- quanto o dobro de vezes que ocupavam ou deixavam o assento rego.
Na África do Sul, dois granes chefes se tornaram notáveis pela crueza com que demonstravam esse mesmo desprezo pela vida humana: Shaka dos Zulus e Mzilikazi dos Matabelês.
Em 1453 da Era Cristã, começa a história efetiva da África do Sul, no Cabo de São Vicente, no extremo sudoeste da Europa.
Lá, um Príncipe monástico de Portugal, o Infante D.Henrique, “O Navegador”, no Promontório de Sagres, numa época em que o mundo era dominado pelo medo e ingnorância, ele olhava além dos limites da Europa, imaginando mundos que aguardavam ser descobertos e salvos.
Conhecia os relatos de Marco Pólo e sabia da existência de civilizações no Oriente, mas acreditava que, até que homens brancos da Europa, batizados e professando a fé católica, cristianizassem essas e outras terras, elas e seus habitantes permaneceriam pagãos e inaceitáveis como civilização.
Seu objetivo imediato era África, que visitara duas vezes. A primeira aos vinte e um anos, numa grande vitória do exército Português em Celta, e a segunda aos