Post Sistema
Na visão de Sérgio Vianna, o intervencionismo na economia voltou como uma obrigação do governo de promover o combate aos crescentes déficits acumulados com os Estados Unidos e com outros países que possuíam moeda forte. Apesar de o país apresentar balança comercial favorável, as reservas eram de moedas inconversíveis.
Segundo Caio Prado Jr., mesmo com o aumento das exportações no final da guerra, havia um desequilíbrio entre essas e as importações que apresentaram um impulso maior ainda no imediato pós – guerra, devido à necessidade de reposição do material 11 desgastado. Além disso, os gastos decorrentes das importações de artigos suntuários, das classes enriquecidas durante a guerra só serviam para alimentar seu bem – estar e luxo 2
. O governo Dutra se deparava não mais com uma escolha, mas com uma necessidade, a mudança na política econômica. Para tanto, um rígido controle das importações e da taxa de câmbio foi adotado, abandonando, desse modo, a política liberal (MENDONÇA/PIRES, 2002, p. 239-241).
Criada em 1945, no final do governo Vargas, a SUMOC (Superintendência da
Moeda e do Crédito) não funcionou como empecilho para o desbaratamento das divisas, todavia, possuía a finalidade de autorizar a compra e venda de ouro e cambiais e orientar a política de câmbio e operações bancárias. Nesse contexto, a solução encontrada pelo governo foi a adoção de uma política de racionamento das divisas através do regime de licença-prévia, ou seja, a venda de divisas passou a ser licenciada para a importação de máquinas, equipamentos, combustíveis e matérias – primas essenciais para o funcionamento do setor industrial. O estabelecimento de uma escala de prioridades serviu para evitar a redução ou até mesmo interrupção da produção de alguns setores básicos da economia brasileira. Os resultados de tal política consistiram na melhoria do comércio exterior, e num considerável equilíbrio no final do ano.
(IANNI, 1986, p.