Pos-fordismos
O pós-fordismo pode ser compreendido de forma mais ampla: como um dos paradigmas da teoria do pós-industrialismo, formulado por pensadores marxistas (KUMAR, 1997). Neste sentido, é utilizado para designar não apenas um novo modelo de gestão produtiva, mas também o período de mudanças do capitalismo que foi acompanhado da ascensão de novas configurações da organização industrial e da vida social e política. Estas transformações foram originadas a partir da crise estrutural do fordismo, desencadeada no início dos anos 1970 (KUMAR, 1997); (HARVEY, 2008).
De acordo com David Harvey (2008, p. 135) esta crise ocorreu, principalmente, em função da incapacidade do fordismo em absorver as demandas geradas pelo sistema capitalista. Esta incapacidade derivava do que este autor chamou de rigidez. “Rigidez dos investimentos de capital fixo de larga escala e de longo prazo em sistemas de produção em massa, que impediam a flexibilidade do planejamento (…)". "Rigidez nos mercados, na alocação e nos contratos de trabalho”. Qualquer tentativa de superar esses problemas de rigidez esbarrava nas manifestações da classe trabalhadora. Por conseguinte, esta rigidez acabava perpassando os compromissos assumidos pelo Estado que, para manter a legitimidade do sistema, sob pressão intensificava os investimentos em programas de assistência social (HARVEY, 2008).
Ainda segundo Harvey (2008) também contribuíram para a crise do fordismo fatores como:
Os impactos dos choques do petróleo na economia ocorrido em 1973;
O surgimento da concorrência japonesa, com sua nova concepção de gestão e produção automobilística;
Mudanças tecnológicas;
Fusões e incorporações de empresas;
Desigualdades entre os setores de trabalho no interior do sistema fordista;
Surgimento de novas necessidades no que se refere ao consumo.
A conseqüência de todos estes acontecimentos foi o rompimento dos padrões e práticas capitalistas assentadas no modelo produtivo fordista que,