O problema da disciplina em sala de aula é um fenômeno presente nas escolas desde o ensino fundamental até o ensino superior. As recomendações para a criação e a manutenção de um ambiente de aprendizagem, baseado no respeito e na vontade de aprender, não passam, em geral, de um plano de intenções abstratas, ainda que permitam o levantamento de ricas reflexões sobre as causas e as diversas dimensões do fenômeno. Nos cursos superiores de Administração, a questão ganha maior relevância, pois se um professor não consegue administrar a sua sala de aula, qual o exemplo que está dando para a administração de uma empresa ou de um setor dela? Este artigo tem o propósito de descrever uma experiência bem sucedida para resolver o problema da disciplina em sala de aula nos cursos de Administração de um Centro Universitário privado de Minas Gerais. A iniciativa coube ao professor da disciplina de Filosofia e Ética, com apoio das Coordenações dos Cursos. O problema da (in)disciplina é contextualizado teoricamente a partir de seis variáveis: ética, antropológica, política, psicológica, tecnológica e gerencial. Tais variáveis são reunidas no conceito de função gerencial, compreendido como a capacidade do gerente de administrar, com competência técnica, política e pessoal, os conflitos presentes nas relações interpessoais de um grupo de trabalho, como a sala de aula. Os pressupostos teóricos embasaram a implementação, pelo professor, de um conjunto de regras estabelecidas no primeiro dia de aula. Os resultados apontaram para a resolução dos problemas de indisciplina, melhor aproveitamento do tempo das aulas e aumento da satisfação dos alunos e do professor com a qualidade das aulas. O artigo oferece informações para que o procedimento seja repetido por outros professores e sugere que a administração dos conflitos em sala de aula constitui-se no primeiro testemunho que o aluno tem da capacidade gerencial do seu