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Você pode escolher sonhar e ficar parado esperando as coisas caírem do céu. Ou focar e buscar meios para que se torne realidade.
Por Ana Kessler 2/mai/2014 11:06
Ontem aconteceu uma situação inusitada e aproveitei para fazer a minha filha refletir sobre algo muito importante para a vida dela: nossas escolhas hoje moldam a pessoa que nos tornaremos amanhã. Essa coisa de destino, de que “está tudo escrito”, é muito bonita na teoria, mas na prática a gente planta e rega as sementes do que nos tornaremos ao longo da vida. Somos nós que determinamos o que vamos ser. Ou, pelo menos, damos a maior parte da contribuição. Acertei com a Ana Bia que, a partir desse mês, ela irá praticar 30 minutos de teclado todo dia. Todo dia quer dizer isso mesmo: hoje sim e amanhã também. Mas é uma luta fazê-la cumprir o acordo e achar um tempo de dedicação e foco mental em sua apertada agenda de distrações. Mesmo a TV sendo vetada durante a semana e termos colocado num quadro os horários de estudo, ela faz de tudo para escapulir da prática: demora mais no banho, resolve caprichar no dever de casa e passa horas pintando um desenho, entre outras artimanhas. É uma batalha diária. “Mãe, hoje eu não quero estudar teclado”, começou. Revirei os olhos, respirei fundo. Eu tinha acabado de levantar da cama. Lavei o rosto, penteei o cabelo e ela lá, justificando-se com uma ladainha cansativa. “É feriado, não é justo, blablabla”, me seguiu até a cozinha. A pia estava um desânimo, cheia até em cima. É muito raro eu deixar louça suja para o dia seguinte, mas havia cozinhado à noite e, exausta, me permiti. Ana Bia nos meus ouvidos: “Eu faço o que você quiser”. Olhei para uma panela, ela me olhou. Acendeu uma luz na minha cabeça. “Está bem, você não precisa estudar teclado hoje, em troca vai lavar toda essa louça”, mostrei. Juro, achei que fosse amarelar. Pois levantou o queixinho desafiante e falou: “Tudo bem, eu