O corpo docente tem a grande ilusão de estarem formando estilistas belgas (para quem não sabe, são os mais criativos do mundo) e acham isso apenas por uma questão de egos, mas não dão nenhuma estrutura pra isso. Roupas para bonecas, desenhos aleatórios e grandes gastos são alguns dos trabalhos que são pedidos aos alunos. Certa vez ouvi de uma professora que “nosso curso está no mesmo nível que a faculdade de Antuérpia” e, por meses, eu acreditei. Mas não, nenhuma universidade no Brasil pode ser comparada com nenhuma estrangeira, até porque a moda que é feita lá fora é extremamente conceitual, muito diferente da realidade do nosso país. E esse é o ponto. No geral, os cursos de moda são contos de fadas, que quando você chega ao último capítulo descobre que aquela história de finais felizes só funciona mesmo para ficar guardadas na estante, junto com outros livros velhos. A realidade aqui é outra. Existe um largo caminho e uma grande diferença da vida acadêmica e do meio profissional nesta área. Tá certo que o curso de moda no Brasil é bem novo (as primeiras escolas de moda chegaram aqui na década de 1980) e que este pré-conceito da moda na universidade é um assunto difícil até mesmos para os docentes que estão à frente do curso, e tudo isso complica ainda mais a adequação da faculdade à vida real. Antes de escolher qualquer escola de moda, pesquise bem sobre qual foco você quer dar a sua carreira. Deparei-me ao longo do curso com colegas de turma com objetivos muito distintos uns dos outros. Sempre tinha um que queria ser modelista, outro era mais focado na parte de marketing, negócios, outros apenas sabiam desenhar e muitos outros (ou talvez a maioria deles) se matriculavam na faculdade de moda apenas porque eram consumistas. É, minha gente… O fato é que a escola que escolhi para me profissionalizar era um curso de Design de Moda, e na verdade não focava em nada. Então, muitos colegas de turma acabavam desistindo no meio do