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Vidas Secas
Capitulo IX – Baleia Graciliano Ramos (1892-1953) principal romancista da geração de 1930. Nasceu em Quebrângulo, Alagoas. Vidas Secas (1938) seu único romance em 3ª pessoa, uma obra que conseguiu fixar figuras subumanas vivendo o fatalismo das secas da região do Nordeste. Na obra Graciliano mostra uma família de 4 pessoas (pai Fabiano, mãe Sinhá Vitória, filho mais novo e filho mais velho) e uma cachorrinha (baleia) que vivem nas secas do Nordeste Brasileiro, uma obra na qual pode ser “desmontada”, pois os capítulos não têm uma continuação. Baleia prestes a morrer, seus pelos a maior parte deles já haviam caídos, já não conseguia beber nem comer, pois as chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam a entrada de qualquer coisa em sua boca. Sendo assim, Fabiano – o cabra – resolvera matá-la, mesmo com Sinhá Vitória não concordando, ele vai e pega a espingarda. Os filhos e a mãe já tristes, afinal Baleia era como uma pessoa da família. Baleia sai da casa coçando-se a esfregar as peladuras no pé do turco, - Pobre da Baleia -. Ficara atrás de uma árvore no terreno e só se pode ver as pupilas negras. Fabiano ao chegar as catingueiras, arrumou a pontaria puxou o gatilho, a carga alcançou o traseiro de Baleia, inutilizando uma das pernas dela. Baleia latindo desesperadamente. Sinhá Vitória ao ouvir o tiro e o latido desesperado da cachorra, pega-se à Virgem Maria e os filhos choram alto. Baleia fugia precipitada, correndo a três pernas, rodeando o barreiro e entrando a esquerda do quintalzinho num buraco da cerca, ganhou o pátio, dirigiu-se ao copiar, encontrou Fabiano e foi para o chiqueiro das cabras. Como perdia muito sangue, andou como gente, em duas pernas. Naquele instante já não conseguira ver muita coisa, afinal era inverno e havia muito nevoeiro. Não latia mais, uivava, mas a cada momento os uivos iam diminuindo e se tornavam quase imperceptíveis. Tinha desejo de morder