Portugal à epoca da chegada ao Brasil
Em 1500, reinava em Portugal D. Manuel I, que sucedera, em 1495, a seu primo e cunhado, D. João II, em virtude da morte prematura do único filho legítimo deste último, o principe D.Afonso, em 1491. Uma das primeiras medidas do novo monarca foi o édito de expulsão dos judeus e dos mouros de Portugal (1946). Essa medida assemelhava-se a outras, que já tinham sido tomadas por esses anos na Europa, a última das quais pelos reis de Castela e AragãoIsabel I e Fernando II, os Reis Católicos (1492). Como consequência, surgiu a minoria crestã-nova, constituida pelos judeus convertidos e seus descendentes, uma vez que, se a maior parte dos mouros optou por sair, a maioria dos judeus permaneceu e tornou-se cristã. No reinado de Dom Manuel I, deram-se passos importantes na centralização do poder real, por exemplo com a reforma dos forais e a publicação das Ordenações Manuelinas. A primeira iniciada em 1497, duraria até 1520. Tratou-se de dar a todas as cidades e vilas do Reino novos forais, que passaram a ser quase só listas de impostos devidos à Coroa. A era manuelina foi de crescimento demográfico, fenômeno que se iniciou por volta de 1450. Em termos urbanos, afirmou-se o peso de Lisboa, que teria entre 50 e 60 mil habitantes nos primeiros anos do seculo XVI, acrescente-se ainda que foi com D. Manuel I, que nasceram as Misericórdia, alterando o paradigma da assistência. O reinado de D. Manuel I corresponde ao auge da expansão portuguesa. Coroando os esforços desenvolvidos pelo seu antecessor, D. João II, que visava chegar à Índia por via marítima, navegando para oriente. Ainda em termos de expansão ultramarina, o reinado de D. Manuel I assistiu ao regresso às conquistas no Norte da África, concretamente, Safim (1515) e Mamora (1515). Esta última praça-forte foi rapidamente abandonada após um cerco. A Coroa comprou ainda o Castelo de Santa Cruz de Cabo de Gué de um particular português (1513) e mandou construir a Fortaleza de