Portfólio com a análise do Vídeo "Sou surda e não sabia"
Autor: Lara Monique Oliveira Almeida
Disciplina: Introdução ao ensino de Libras - Unifran - Curso de R2 Língua Portuguesa
Por mais sensibilidade que nós, ouvintes, tenhamos ao assistir esse vídeo, nossos sentimentos ainda estarão muito longe do real sentimento de uma criança surda ao se deparar com uma sociedade ouvinte e excludente. Não se trata de sentir pena, não é isso que os surdos precisam; trata-se de compreensão e respeito.
Compreender a realidade de uma criança surda é entender que ela tem suas especificidades na forma de se relacionar com o mundo. Mas todos nós temos especificidades, a beleza de “ser humano” é justamente a pluralidade.
Como pudemos observar no vídeo “Sou surda e não sabia”, os sentidos da visão, do olfato, do tato, do paladar poderão ser muito bem desenvolvidos e trazer sensações prazerosas para a criança surda. Conforme Sanches (1990), “todos os seres humanos nascem com os mecanismos da linguagem específicos da espécie, e todos os desenvolvem normalmente, independente de qualquer fator racial, social ou cultural” (SÁNCHEZ, 1990, p.17). Para exemplificar, cabe a observação de que muitas crianças rotuladas surdas-mudas, que na verdade não o são, e podem desenvolver a fala. Mas recorro à teoria vygotskiana para discordar do autor na parte em que diz que todos os mecanismos da linguagem se desenvolvem normalmente porque as interações sociais e as trocas culturais são as grandes responsáveis por esse desenvolvimento. Conforme a estudiosa da teoria de Vygotski Marta Kohl de Oliveira (2010), “é o grupo cultural onde o indivíduo se desenvolve que lhe fornece formas de perceber e organizar o real, as quais vão constituir os instrumentos psicológicos que fazem a mediação entre o indivíduo e o mundo”.
O que os pais ouvintes precisam compreender é que a criança surda poderá ter grandes perdas no seu desenvolvimento se for mantida dentro de casa e que, se for submetida à uma