A PRÁTICA DA PRODUÇÃO DE TEXTO NA SALA DE AULA
Ensinar a escrever para formar autores
Quando o tema em questão é produção de texto, a escolha do gênero é uma entre as muitas decisões que o autor precisar tomar
Até meados do século 20, as aulas de redação eram momentos de treino de caligrafia e não havia a preocupação em explorar os aspectos discursivos do texto. Depois, e até bem pouco tempo atrás, ensinar a escrever estava relacionado somente ao trabalho com a gramática. Acreditava-se que ela, por si só, gerava os saberes de que os estudantes necessitavam para produzir e interpretar textos.
De lá para cá, muita coisa mudou e hoje o trabalho com a escrita é focado nos diversos gêneros. Mas eles não podem ser usados como substitutos da gramática. A exploração dos gêneros é importante, claro, porque as crianças se colocam em situação de comunicação e aprendem a escrever textos que circulam socialmente. Porém ensinar a escrever é ainda mais proveitoso se elas forem orientadas a aperfeiçoar cada vez mais o processo de produção do texto.
Descobrir como fazer isso é o que querem muitos leitores, que, como você, não sossegam frente a perguntas como "O que significa, de fato, formar escritores competentes?", não é mesmo? Natural e compreensível, já que essa é uma área que pede muita preparação, estudo e intervenções constantes para acompanhar e guiar o caminho dos alunos. Mesmo com um trabalho bem dirigido, é bom frisar: nem todos eles apresentarão os mesmos resultados, o que torna difícil dar o trabalho por encerrado e bem-sucedido. Por isso, proponho pensarmos um pouco no estudante como autor e como se dá o processo de sua construção.
À medida que um indivíduo passa a utilizar a escrita para criar textos, suas possibilidades de comunicação e de socialização se ampliam. Ao mesmo tempo, conforme sua participação avança pelas esferas sociais letradas, ele constrói uma imagem de si associada aos textos que escreve, elaborando assim sua identidade de autor. Para