Portelli, a. história oral como gênero. são paulo, 2011
Alessandro Portelli fala que, o que é falado numa típica entrevista de história oral nunca foi contado daquela forma antes; e a diferença de se ouvir fragmentos de história e a história completa. Enquanto os gêneros de expressão oral e cultural atuam dentro do mundo da oralidade, a história oral se inicia na oralidade do narrador, mas é encaminhada (e concluída) em direção ao texto escrito do historiador.
Na teoria e na prática, a história oral pode ser sobre qualquer coisa. A questão sobre quão histórica é a vida privada e quão pessoal é a história pode ser posta pelo narrador, pelo historiador, ou ambos, mas de qualquer maneira que possa ser a história oral expressa a consciência da historicidade da experiência pessoal e do papel do indivíduo na história da sociedade em eventos públicos.
O gênero, então, depende em larga escala do movimento equilibrado entre o pessoal e o social, entre biografia e história. O autor fala sobre narrativas que relacionam motivos individuais e públicos, e que o exemplo mais comum dessa espécie é sobre a guerra.
Não há história oral antes do encontro de duas pessoas diferentes, uma com uma estória para contar e a outra com uma história para construir. A troca de perguntas e respostas define variações genéricas de muitas outras formas. Uma entrevista pode se deslocar de questionário de uma via única para diálogos densos, de acordo com o tempo disponível para perguntas e respostas e também de acordo com a forma como as respostas surjam em relação às perguntas.
O autor ainda fala sobre pesquisas de campo e o uso de gravadores ou câmeras e o impacto que tem sobre o entrevistador e o entrevistado; menciona os parâmetros principais de definição de gênero na publicação de história