Porque o plástico demora tanto tempo para desaparecer na natureza
[pic][pic]A principal razão é que a natureza ainda não sabe como se livrar dele. "Bactérias e fungos que decompõem os materiais não tiveram tempo de desenvolver enzimas para degradar a substância", afirma a engenheira química Marilda Keico Taciro, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O plástico é um material novo na natureza - o primeiro modelo surgiu só em 1862, criado pelo britânico Alexander Parkes. Cada uma de suas moléculas possui centenas de milhares de átomos, principalmente carbono e hidrogênio. Como as ligações entre os átomos são muito estáveis, os decompositores não conseguem quebrar o material em partes menores para destruí-lo. Resultado: alguns tipos de plástico, como o PET, usado em garrafas de refrigerantes, levam mais de 200 anos para desaparecer.
"Com a evolução, os microorganismos devem se adaptar, mas isso pode levar milhões de anos", diz o biólogo José Gregório Cabrera Gomes, também do IPT. Por isso, o descarte de plásticos é uma grande dor de cabeça para os ecologistas do século XXI. O material produz gases tóxicos ao ser queimado e tem reciclagem complicada, porque não se pode misturar diferentes tipos de plástico. O jeito é desenvolver modelos biodegradáveis como o PHB, que, em aterros sanitários, vira pó em apenas seis meses. Mas esses ainda custam caro - até cinco vezes mais que os convencionais - e, por isso, respondem por apenas 1% do total de plásticos vendidos no mundo.
Duro de matar Plásticos tradicionais levam até 200 anos para se decompor
TIPO DE PLÁSTICO - Polietileno
ONDE É USADO - Material hospitalar, utensílios domésticos
QUANDO DESAPARECE* - 50 anos
TIPO DE PLÁSTICO - Poliestireno
ONDE É USADO - Brinquedos
QUANDO DESAPARECE* - 50 anos
TIPO DE PLÁSTICO - Polipropileno
ONDE É USADO - Pára-choques de carro, carpetes
QUANDO DESAPARECE* - 100 anos
TIPO DE PLÁSTICO - Polietilenotereflalato (PET)
ONDE É USADO - Embalagens de refrigerantes,