porque trabalhamos tanto?
Segunda-feira 26 de setembro, 4 horas da manhã. A semana ainda não começou para a maioria das pessoas, mas o executivo Fernando Terni, presidente da Nokia para a América Latina, já está a postos para iniciar mais um dia de trabalho que só terminará 16 horas mais tarde. No México para uma série de reuniões, Terni acordou no meio da madrugada para participar de uma teleconferência de 4 horas com outros executivos da empresa espalhados pela América, Europa e Ásia. Assim que desliga o telefone, só há tempo para um rápido banho e uma xícara de café antes de começar o primeiro dos muitos encontros agendados com executivos locais e clientes da empresa. As conversas consomem quase o dia todo -- inclusive o almoço --, mas Terni precisa achar algum intervalo entre elas para sentar-se diante do computador. Infelizmente para ele, anoitece bem antes de concluir o que tinha se programado para fazer. A solução é continuar o trabalho na sala de espera do aeroporto e mais tarde no avião que o levará à Argentina. Terá ainda de separar pelo menos algumas horas do vôo para dormir -- afinal, a maratona de trabalho inevitavelmente prossegue no dia seguinte. "No mundo de hoje não há mais horários. Ou o executivo gosta disso e fica no jogo, ou não gosta e vai fazer outra coisa", diz Terni. Jornadas como a do presidente da Nokia, que não raramente ultrapassa 15 horas de trabalho, deixaram de ser novidade para a maioria dos homens e das mulheres de negócios -- independentemente do porte das empresas nas quais atuam. Ao longo dos últimos anos, o volume de trabalho cresceu de forma alarmante -- e não há sinal de que essa tendência possa ser revertida no futuro próximo. Conforme avançam na carreira, os profissionais passam a ficar cada vez mais horas dentro das empresas. A contrapartida inevitável é que encolhe o tempo dedicado a outros aspectos da existência -- família, amigos, lazer, cultura. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada com 144 presidentes de