Por uma genealogia do saber. Roberto Machado. Fichamento.
O objetivo do estudo foi estabelecer relações entre os saberes, para daí surgirem compatibilidades e incompatibilidades que apenas estabeleçam regularidades, permitindo assim individualizar formações discursivas;
A articulação sobre o saber médico, com as suas práticas de internamento, com o apoio de instâncias sociais como igreja, família, política e justiça, generalizando a análise até as causas econômicas e sociais das modificações institucionais, mostrou como a psiquiatria é a radicalização de um processo de dominação do louco, que se iniciou antes dela, e tem condições de possibilidades tanto práticas quanto teóricas;
“Todo conhecimento, seja ele cientifico ou ideológico, só pode existir a partir de condições políticas que são as condições para que se formem tanto o sujeito quanto os domínios de saber. A investigação do saber não deve remeter a um sujeito de conhecimento que seria sua origem, mas a relação de poder que lhe constitue. Não há saber neutro. Todo saber é político. E isso não porque cai nas malhas do Estado, é apropriado por ele, que dele se serve como instrumento de dominação, descaracterizando seu núcleo essencial. Mas porque todo saber tem sua gênese em relações de poder. O fundamental da análise é que saber e poder se implicam mutuamente: não há relação de poder sem constituição de um campo de saber, como também, reciprocamente, todo saber constitui novas relações de poder.”
“Do mesmo modo que a escola está na origem da pedagogia, a prisão da criminologia, o hospício da psiquiatria. E, em contrapartida, todo saber assegura o exercício do poder. Cada vez mais se impõe a necessidade do poder ser tornar competente.”
“Todo conhecimento, seja ele cientifico ou ideológico,