Por Uma Democracia Mais
Por uma democracia mais... democrática! Opinião Estadão
Por uma democracia mais... democrática! JOSÉ SERRA - O ESTADO DE S.PAULO
12 Fevereiro 2015 | 02h 05
Já mencionei aqui a existência de uma espécie de cláusula pétrea do petismo que consiste em empregar o máximo de palavras para expressar um mínimo de conteúdo. Quem duvida deve ler as 470 páginas da mensagem que a presidente Dilma Rousseff enviou ao
Congresso. Destaquese que, pela enésima vez, o governo fala em reforma política, agora com uma novidade: desta feita nada sugeriu nem mesmo aquelas ideias alucinadas de plebiscito para definir forma de financiar campanhas políticas. Limitouse a dizer que espera do Congresso a iniciativa e a materialização das propostas. Permitome aceitar o desafio, não porque assim quer Dilma, mas porque a reforma é necessária. A questão é saber como e por onde começar.
Volto ao tema do voto distrital, projeto que apresentei depois da Constituinte. Eu era deputado federal e constatei, então, a imensa dificuldade para alterar o sistema de eleição de deputados, apesar de todos os seus defeitos, entre os quais aponto três: os elevadíssimos custos das campanhas eleitorais, o excesso de candidatos e a fraca representatividade dos parlamentares eleitos. Por que é tão difícil mudar se os defeitos são tão evidentes? Porque muitos parlamentares temem que a alteração das regras eleitorais ponha em risco a meta que lhes é mais preciosa: a reeleição.
No início da década passada, depois da eleição presidencial que perdi (2002), levantei uma hipótese nova e propus ao então líder do
PSDB na Câmara, deputado Jutahy Jr. (BA), que a transformasse numa proposta de emenda constitucional (PEC). Depois da eleição de
2010 sugeri ao recémeleito senador Aloysio Nunes (PSDBSP) que reapresentasse essa PEC.
A ideia é promover o sistema distrital nas eleições de vereadores dos grandes municípios, os com mais de 200 mil eleitores. São 90 municípios, onde moram 38% dos eleitores. Ao