Por que o Brasil n o teve uma crise financeira
Uma característica importante do sistema financeiro brasileiro, que diferencia, por exemplo do caso asiático, é seu baixo financial depth. Em 1996, por exemplo, o crédito total do setor privado em relação ao PIB no Brasil representava 31%, muito abaixo dos números muitas vezes superiores a 100% do PIB de vários países asiáticos. Comparando estes números do Brasil com os países asiáticos, temos um sistema financeiro muito menos vulnerável, garantindo mais estabilidade e confiança ao mercado e diminuindo as chances de um colapso de “efeito-dominó”.
Após o Plano Real (1994) ocorreram muitas mudanças no sistema financeiro brasileiro, muitas instituições financeiras expandiram significativamente suas linhas de crédito. Mais tarde sofremos um impacto da crise do México em 1995, isto deveu-se em parte aos aumentos das taxas de juros – que também tiveram um impacto negativo direto sobre o lucro dos bancos, e à queda no nível de atividade. Muitos bancos não resistiram e vieram à falência.
Essa crise que ocorreu em 1995 forçou o governo brasileiro a agir para resulver o problema e fortalecer o sistema financeiro. O ajuste foi feito principalmente por meio de uma série de mudanças no legislativo, algumas foram:
o estabelecimento de requisitos mínimos de capital para a constituição de um banco; mais poder para permitir ao Banco Central tomar medidas preventivas para fortalecer o sistema financeiro; a obrigação das instituições financeiras de identificar e informar o Banco Central sobre todos os clientes com limite de crédito acima de R$ 50.000; a criação do programa Proes, com o objetivo de fortalecer o sistema financeiro público em nível estadual.