Por que a guerra? Carta entre Einstein e Freud
Einstein inicia sua carta a Freud relatando que, representando o interesse da Liga das Nações, mais especificamente o Instituto Internacional para a Cooperação Intelectual, convida o psicólogo para um intercambio de ponto de vista sobre algum assunto da escolha de Einstein, que por sua vez sob a força da circunstancia propõe uma conferência sobre o problema se se “existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra?”. Lamentando o fato que toda tentativa até o momento terem terminado em enumeráveis fracassos, foi o que levou aqueles que têm atacado o problema, de forma profissional e prática, a consciência de sua impossibilidade de soluciona-los depois tantas tentativas malogradas e, que agora, estes desejam conhecer o ponto de vista daqueles homens absorvidos pela ciência, devido a distância de perspectiva em mirar o problema.
Einstein reconhece sua ignorância em compreender as obscuras regiões da vontade e do sentimento humano, portanto, o que lhe cabe, diante do assunto, é delimitar a questão para que Freud possa elucidar o problema mediante ao profundo conhecimento da vida instintiva do homem que o referido psicólogo tem.
Propõe Einstein, sendo eles isentos de preconceitos nacionalistas, fazerem uma abordagem administrativa do problema, ou seja, o ideal de um organismo supranacional, capaz de arbitrar, por meio legislativo e jurídico, os conflitos que surjam entre nações, todavia, o problema ligado a isso, é o fato de um tribunal por ser uma instituição humana, está fadada ao fracasso em relação ao poder, quando, o que se faz relevante, é uma autoridade incontestável, que possa emitir julgamento e acatamento na execução de veredicto, levando em conta que, inevitavelmente o poder e a justiça andam juntos. Destarte, a segurança internacional envolve uma renúncia incondicional de todas as nações, por outro lado, a classe governante das nações se mostra hostil a qualquer tentativa de limitar sua