Por que sou o que sou?
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Por que sou o que sou?Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Muitos continuam sendo o que são até o final de seus dias, ignorando a existência em si mesmos de tão extraordinária potência transformadora e assimiladora.
A árvore é como é porque não tem consciência de seu poder fertilizante, nem de sua condição de existência animada. Carente de mobilidade, ela nasce, vive e morre no mesmo lugar, e só é sensível às mudanças de estação ou aos fatores que contrariam a normalidade de suas funções naturais. O animal a sobrepuja por sua organização biológica e suas possibilidades de movimento e configuração instintiva; porém, ao não conter em si possibilidades conscientes, cumpre o mesmo destino prefixado para sua espécie.
O ser humano, por sua própria vontade e inteligência, pode, ao contrário, transformar sua vida, superar sua própria espécie e alcançar, pela evolução consciente, os graus mais altos da perfeição, meta ideal em cuja cúspide a alma encontra desvelados para si os mistérios que antes a preocuparam e que, por serem indecifráveis para a inteligência comum, a mantiveram na ignorância, sem conhecer, e muito me¬nos compreender, o Pensamento Criador de toda a existência universal. Mas esse poder permanece latente, is¬to é, sem possibilidade de manifestação dentro do ser, enquanto não tome contato com uma força superior que o desperte do letargo interno.
Força superior é a que emana de inteligências supersensíveis, assistidas pela Lei da Sabedoria e facultadas para promover, em outras, fases de conveniente desenvolvimento, em ordenadas e pacientes aprendizagens.
O ser, despertado para realidades da índole citada, sente – e deve senti-lo por imperiosa lei de freqüência e de colocação – que se acendem nele novas luzes. São elas, pois, que haverão de iluminar-lhe o caminho, permitindo-lhe descobrir dentro de si mesmo possibilidades de um tipo diferente.
Quem quiser chegar a ser o que não é deverá principiar por não ser o que é
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