Por que regular o mercado financeiro
A regulação das instituições financeiras é justificável, na esfera microeconômica, devido a capacidade dos bancos de criarem moedas e pela função que exercem como canais de transmissão da política monetária. Empresta-se parte dos recursos depositados nas instituições de depósito, a outra parte se mantêm como dinheiro vivo ou reservas do Banco Central. A política monetária busca, através dos depósitos compulsórios e taxa de redesconto, influenciar a razão entre a oferta total de moeda e a base monetária para controlar a inflação.
Normas indicativas, baseadas na estabilidade, eficiência e equidade, são estabelecidas devido à uma dualidade da justificativa microeconômica: busca-se, por um lado, a eficiência e equidade do sistema, por outro, evitar crises. A dificuldade de regular o mercado vem da incompatibilidade desses três objetivos, por exemplo, a diminuição dos controles buscando aumentar a eficiência poderia criar maior instabilidade.
A regulação microeconômica do mercado financeiro depende do tipo de intermediação, que pode ser direta ou indireta. Na indireta, em que um intermediário assume os riscos da operação e decide como aplicar os recursos, a regulação é prudencial, pois se deve dosar o risco de se fazer operações arriscadas e garantir o retorno dos recursos aplicados pelo poupador. Na direta, os riscos são do poupador e a regulação garante que ele tenha acesso à informação para saber os riscos. A regulação nesse caso é informacional.
Segundo Quiroga, existem cinco princípios jurídicos formadores da regulação microeconômica. O primeiro é o da proteção da mobilização da poupança nacional e diz respeito à transferência de recursos dos