por que não vou aos comícios
Vivemos mais uma vez a euforia de mais uma eleição, a cidade toda muda, carros de som tocam musicas que muito ofende e nada dizem, poluição visual nas ruas, nos muros, nas casas e carnavais, muito carnavais.
Não tendo nada de interessante e de útil a dizer para o povo, os políticos acabaram transformando este período democrático onde se deveria discutir idéias, num verdadeiro carnaval, onde cada “bloco” procura juntar o maior números de pessoas atrás de um trio ou de um palco para ouvir promessas vazias ou em muitos casos falar mal do outro candidato.
E o povo por falta de consciência política ou falta de opção, entra no jogo, numa verdadeira competição esportiva, todos querendo estar do lado do vencedor, brigam com os amigos, com os filhos, com a mulher (marido), com qualquer um que pense diferente (o mussum). Se você lhe perguntar o que espera do político em que vota, a resposta é sempre a mesma: emprego, dinheiro, carro, casa, materiais de construção etc. Pensam no individual e esquecem que somos coletivos, já que vivemos em sociedade. Ou será que a tendência e nos isolarmos em ilhas humanas.
Não estamos valorizando o direito constitucional do voto, esquecemos que muitos lutaram e até morreram para que pudéssemos votar. Enquanto continuarmos a pensar no EU e não no NÒS estaremos condenando nosso povo ao subdesenvolvimento, a miséria, ao subemprego, ao clientelismo, ao voto de cabresto e a exploração.
Enfim seremos apenas mais uma peça dessa grande engrenagem. Por tudo isso prefiro não ir aos comícios tenho medo de contaminar-me.
Gilson Santana dos Santos